Por Maian Maciel
Neste mês de junho, ganhou relevância mundial o debate de racismo. O tema é antigo, mas as notícias do final de maio sobre a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, ou do início de junho sobre a morte de Miguel Silva, em Recife, tornam a relevância urgente. Mais uma vez e quantas mais forem preciso. O movimento vidas negras importam se espalha em atos e em formações.
A Sejuv (Secretaria Extraordinária da Juventude) do nosso estado promove o Amapá Jovem, um programa do governo voltado para as políticas públicas da juventude que coloca como prioridade em suas atividades a compreensão de muitos problemas sociais enfrentados há bastante tempo, não apenas pelos jovens, mas também pela comunidade em geral. Ainda, reforça a obrigação e o dever da juventude em conhecer, respeitar e dialogar sobre assuntos de grande repercussão, como o racismo e a realidade da Covid-19 no Amapá. As atividades acontecem online com os bolsistas do programa, respeitando o isolamento social.
Desde a morte do cidadão americano negro, George Floyd, no dia 25 de maio, causada por um policial branco, o assunto envolvendo a opressão que a população negra sofre ganhou ainda mais repercussão. Com tudo isso, ocorreram inúmeros protestos em várias partes do mundo, em todos os estados dos Estados Unidos, países da Europa e, inclusive, no Brasil.
A população jovem é grande parte da mobilização na luta contra o racismo e a violência policial, levando em consideração a morte de algumas pessoas negras causadas por violência física. Outros casos, como do adolescente João Pedro, de 14 anos, morto dentro de casa durante uma operação policial e a morte de Miguel, criança de 5 anos que caiu de uma altura de mais de 30 metros, filho de uma doméstica negra, que estava sob os cuidados de patroa (branca) de sua mãe, que não liberou a doméstica durante a pandemia Covid-19.
“Esta foi a forma que encontramos de incentivar os jovens a participarem cada vez mais do debate e se fazerem presentes na luta pelos direitos; fazer com que os jovens percebam e sejam os protagonistas para que lutem e defendam o direito da juventude” disse Pedro Filé, Secretário da Juventude no Amapá.
A participação intensa da juventude na luta contra o racismo através da exposição de opiniões e no engajamento de seus perfis nas redes sociais reforça a importante mobilização que esse grupo vem promovendo para inibir cada vez mais casos que envolvem a discriminação social.
“É fundamental debater sobre o assunto, pois infelizmente é um tema que está bastante presente na sociedade atualmente” diz Kássio Rene Silva, 21, de Carvalho, aluno do programa Amapá Jovem.
No estado, ações contra o racismo e fortalecimento do movimento negro estão sendo discutidas para que políticas locais que levem em consideração a história, relevância, potência e criatividade da população negra amapaense nas suas mais diversas manifestações, passem a ser pensadas. Além disso, a violência policial, desigualdade racial/social, poucas representatividades nas instituições de poder local e outras iniciativas que envolvem a população negra estão sendo promovidos no Amapá.
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