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Projetos que trabalham com reciclagem são iniciativas para amenizar os impactos do lixo em Macapá

O consumo exagerado e o descarte inadequado são os vilões quando falamos do meio ambiente e os impactos que afetam a sociedade.


Por Fernanda Ferreira, Lucas Lima e Maiely Lobato

Objetos que serão usados para reciclagem. Foto: Fernanda Ferreira.

Ao falar de reciclagem é necessário falar sobre o meio ambiente e os impactos negativos que o descarte inadequado de materiais considerados “lixos” pode causar na natureza. Por exemplo, uma sacola plástica pode durar em média de 400 a 500 anos para se degradar, mas o que isso pode representar para a humanidade? Muitos desses materiais acabam parando em rios, lagos, mares e oceanos, prejudicando diretamente a biodiversidade do ambiente, o que posteriormente afeta a vida do ser humano na terra.

 

De acordo com dados divulgados pelo Painel de Consultas do Registro Geral da Atividade Pesqueira, no Brasil existem mais de um milhão de pescadores profissionais, ou seja, pessoas têm como sua principal fonte de renda a pesca. Com a poluição, os efeitos são imediatos na sua fonte de sustento, ressaltando que, não somente plásticos são formas de poluição, outras matérias como: alumínios, vidro, tecido e óleos, acabam contribuindo para o desequilíbrio ambiental. 

 

Falando em um cenário macro, quando o tema “reciclagem” é citado, existem uma série de fatores que correspondem aos dados já divulgados dos índices até março de 2024. De acordo com estudos feitos pela ONG norte-americana Center for Climate Integrity, apenas 9% do plástico produzido é reciclado, enquanto no Brasil a porcentagem é mais baixa ainda, chegando em 1,3% do plástico produzido que passa por processo de reciclagem.

 

Com intuito de reduzir o descarte irregular e estimular o consumo consciente de materiais recicláveis, ONGs atuam por todo o país como forma de tentar sensibilizar a população, mostrando maneiras criativas, divertidas e didáticas sobre como reaproveitar um material que anteriormente poderia ter um descarte inadequado.

 

Em Macapá, observando o consumo excessivo de lixo e seu descarte irregular, além da falta de uma educação ambiental como política pública, surgiram algumas iniciativas, como é o caso da Ong ‘Lixo Zero’, formada por voluntários que buscam, não só coletar os lixos e separá-los para o descarte correto, mas também reutilizar para construir instrumentos musicais, produzir produtos de higiene e decoração, como decorar vidros com biscuit.

Na universidade, a ONG “Unifap Lixo Zero” é outro exemplo. Desde 2020 é um projeto de extensão universitária do curso de Ciências Ambientais, lidando diretamente com coleta e repasse de material reciclado, o projeto conta com o apoio dos próprios acadêmicos, cooperativas e catadores.

 

“Quando a gente trata de resíduos sólidos, a gente vê o quanto uma pessoa é capaz de gerar de resíduos. Para fazer o tratamento esse repasse não vai ser apenas de uma única pessoa e, sim, de um bairro e de um município inteiro, então a gente precisa de muitas pessoas para fazer esse tratamento e principalmente de cooperativas de catadores e catadoras de reciclagem”, comenta a integrante do projeto, Clara Capiberibe.

 

A ONG trabalha com algumas iniciativas para que consiga não só abranger o maior número de pessoas, mas também levar conscientização e sensibilidade a respeito sobre reciclagem, buscando parceiros que possam somar com a iniciativa.

 

“A gente atua muito através das escolas em parceria com os professores. Para estimular essa parte da conscientização, que é o primeiro contato que as pessoas vão estar tendo com a temática, e depois a gente trabalha com a sensibilização, que as pessoas que já tiveram contato com a temática e vão precisar colocar em prática esse conhecimento que foi adquirido”, explica Clara Capiberibe.

 

Alguns órgãos do judiciário também divulgam iniciativas de descarte regular de plásticos e outros resíduos que podem ser reutilizados em artesanatos e doações, como o “EcoPonto” promovido pela Justiça Federal do Amapá.

 

Já a Prefeitura de Macapá tem o projeto “Descarta Treco” que recolhe resíduos maiores de lixo, como colchões, sofás, móveis domésticos em geral. Além disso, também implementou o  ‘Ecoprojeto’ com pontos para o descarte de garrafas de vidros, pois muitos bares e restaurantes não descartam esse resíduo de maneira correta, expondo até mesmo os garis que recolhem o lixo. Em pontos específicos das cidades, estão geladeiras reutilizadas, que foram pegas através do ‘descarta treco’, identificadas para o indivíduo colocar a garrafa ou objeto de vidro dentro para que assim tenha o descarte correto. “O serviço dá um destino correto para os objetos, sem agredir o meio ambiente, e evita que terminem obstruindo canais e bacias”, declara o Secretário da Zeladoria Urbana, Helson Freitas.

 

Mas como tornar a sustentabilidade um assunto diário na rotina dos macapaenses?

Neste ano, foi publicado o Decreto Federal n⁰ 12.106/2024, que regulamenta o incentivo fiscal e benefícios à cadeia produtiva da reciclagem de projetos e empresas que atuem de maneira efetiva na diminuição do uso de matérias-primas prejudiciais ao meio ambiente.


O reconhecimento ao trabalho de cooperativas e pessoas físicas que se comprometem a reduzir a poluição é um importante passo para a disseminação da cultura da reciclagem. A iniciativa de direcionar materiais para os locais de coleta, entretanto, ainda é totalmente responsabilidade dos cidadãos.


Em muitas cidades do Brasil, é comum ver a coleta de lixo sendo realizada de forma discriminatória, ou seja, cada tipo de material recebe um direcionamento diferente. E os moradores ainda podem consultar os dias em que serão realizadas as coletas comum e seletiva, como é o caso da cidade de São José dos Campos, no estado de São Paulo.


Em Macapá, observamos que existe uma cultura de descarte irregular que permanece no cotidiano dos amapaenses. Portanto, as políticas públicas são vistas como essenciais para o bem-estar da sociedade e do meio ambiente, isso deve incluir projetos de educação ambiental e coleta seletiva.


Popularizar essas iniciativas pode proporcionar maior interesse das pessoas que acumulam dezenas de itens que podem ser reciclados, assim como o de empresas conscientes que buscam reduzir o impacto do lixo excessivo. A produção e descarte irregular de lixo ainda é alta, no entanto, iniciativas como estas, que promovem a educação e consciência ambiental, ajudam na redução de resíduos e na separação correta para promover a ordem e limpeza nas cidades. 


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