AGCom: Na coluna "Fala, Preta!" dessa semana, uma jovem negra de 13 anos, que preferiu continuar anônima, reflete e comenta sobre problemáticas acerca dos olhos sobre os corpos pretos na sociedade.
Homens negros costumam escutar muito “todo negão é bem dotado”, “você tem pegada!”, “chegou o tripé!”, “você tem a cor do pecado”, “você tem a cara de ser bom de cama”, “tenho fetiche por negros”, “você é o primeiro negão que eu pego”, “se é preto tem que ser macho”, “você é exótico”, “além de preto, é viado?”.
Essas afirmações são RIDÍCULAS e RACISTAS! A sociedade não te enxerga como um homem preto, ela te enxerga como um “negão”, te enxerga como um objeto e quando você tira esse rótulo de “negão” e se afirma como um HOMEM NEGRO começam a lhe chamar de “preto vitimista”, “ai que preto chato!”, e assim por diante.
E essa rotulação apaga a individualidade do homem preto, e essa palavra “negão” também carrega um significado de marginalização, porque o “negão” (além de ser um fetiche), é o bandido, é o traficante, é o estuprador e etc.
Quantas mulheres negras você admira? Quantas mulheres negras você dá afeto? Quantas mulheres negras você se relaciona? Quantas mulheres negras você segue? Quantas mulheres negras você tem no seu grupo de amizade? Nós fazemos essas afirmações quando percebemos que somos as únicas naquele ambiente (escola, trabalho e etc.).
Existe um processo histórico que desumaniza a mulher negra, colocando a mulher negra como um ser não digno de ser amado, então a mulher negra (desde o período colonial), ela é objetificada, desumanizada e assim por diante.
Porém, a mulher branca é vista como: bonita, a mulher que merece ser amada, etc. E o homem negro vai achar que o certo é estar com uma mulher bonita, uma mulher que está no padrão de beleza (logo, uma mulher branca).
A solidão da mulher negra é mais real do que você imagina. É muito comum em uma conversa entre homens héteros você escutar: “na hora do sexo eu escolho uma neguinha, mas minha paixão são as loirinhas mesmo.”.
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