Quem passou pelo ponto turístico no mês de julho se deparou com garrafas de vidro, embalagens dos mais variados tipos e materiais de pipa jogados na faixa de areia.
Por: Aline Aparecida, Lucas Lima e Mickael Marques*
Fotos: Mickael Marques/ Jornalismo Unifap.
Um dos pontos turísticos de Macapá mais visitados, o Balneário da Fazendinha foi alvo de descarte inadequado de lixo ao decorrer do mês de julho. Com o alto fluxo de pessoas durante a programação do Macapá Verão, também aumentou o descarte irregular de resíduos sólidos, que acabaram indo parar no rio e nas comunidades vizinhas. Quem passeava pela faixa de areia encontrava fácil garrafas de vidro, fraldas usadas, embalagens dos mais variados tipos e materiais de pipa.
A comunidade da Área de Preservação Ambiental (APA), localizada nas proximidades do Balneário da Fazendinha, teve que lidar diariamente com os resíduos que vinham da praia. No mês de julho, os moradores apontam um aumento considerável do descarte irregular de lixo na região.
“Aumentou porque as pessoas vão pegando, comendo as coisas e jogando pela rua e em qualquer lugar. Não é só lixo, é tudo quanto é coisa, é garrafa, inclusive uma menina cortou o pé ontem ali correndo, lá na praia", conta Carlinho Freitas Roque, morador da APA há 25 anos.
Ele também alerta que o lixo passa a interferir no deslocamento e no processo da pesca durante o verão. “Olha, só no tempo da rabiola agora, que o pessoal joga a linha no rio, aí fica tudo engatado no matapi e na malhadeira. Dá problema e o prejuízo é grande”, adverte o morador, que tem a pesca como principal fonte de renda.
A dona de casa Natalina dos Santos, 40 anos, também é moradora da localidade e relata como normalmente recolhe o lixo que chega até sua casa, devido ao fluxo da água. “Às vezes eu pago os meninos para juntarem as sacas porque a água mete tudo para cá. Eu tenho que tá pagando os meninos pra tá juntando o lixo, colocar na saca e atravessar pro outro lado. É assim que eu faço a coleta do meu lixo", explica.
A guarda-parque e educadora ambiental, Sidiane Silva, revela suas preocupações com o ecossistema local e o conflito da temporada de festas a partir do descarte incorreto de lixo. Ela mora na comunidade da APA e acompanha de perto a situação do descarte irregular de lixo. Segundo a educadora, falta conscientização ambiental das pessoas.
"A sensibilização ambiental é muito pouco trabalhada e seria uma das vertentes que eles deveriam levantar mais é a bandeira ambiental, porque tudo está relacionado com o meio ambiente. Se o meio ambiente está bem cuidado, a gente com certeza vai ter uma qualidade de vida melhor, não só os adultos, mas as crianças também e automaticamente isso vai gerar renda, economia local", ressalta a profissional.
Ao ser questionado sobre as condições de limpeza da área, o coordenador de Zeladoria Urbana do município, Manoel Nascimento, disse que havia limpeza diária nos locais onde ocorriam as festividades do período de férias . “A limpeza do Macapá Verão é feita diariamente, de segunda a segunda, mais específico no dia do evento. [...] Tirando isso tem os dias de coleta normal de fazendinha/zona sul nos quais são segunda, quarta e sexta, das sete até às cinco da tarde”, afirmou.
Sobre as reclamações dos moradores e possíveis diálogos com comunidade em decorrência do lixo, o representante da Zeladoria Urbana disse que há projetos para aproximar ainda mais a zeladoria da comunidade e melhorar o serviços. “Neste momento, estamos organizando uma reunião sobre a implantação do Disque Zeladoria, que é para tratar desses assuntos do descarte indevido do lixo no rio e a conscientização dos turistas”, finalizou.
*Reportagem elaborada na disciplina de Redação e Reportagem II, ministrada pelo professor Alan Milhomem.
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