Realidade triste e precária dos amapaenses que dependem do transporte coletivo em
Macapá
Por: Camila Biank
Frente da Câmara Municipal de Macapá. Foto: Camila Biank|AGCOM
O cenário do transporte coletivo no Amapá pode ser dramático. Chegam a ser horas nas paradas de ônibus aguardando o transporte. Os coletivos são precários e sucateados, faltando constantemente. São poucos os números de veículos públicos para atender à sociedade amapaense. Na semana das eleições de 2° turno, os transportes iam ser gratuitos para a população, como previa o Decreto do Governo do Estado do Amapá. No entanto, a gravidade entre justificar “ressaca” como falta de motorista e a falta completa de transporte na cidade, foi uma falha de compromisso e respeito com os eleitores amapaenses.
Na última quinta-feira, 3 de novembro, foram discutidas na plenária da Câmara Municipal do Estado do Amapá as questões dos transportes coletivos. A demanda da sociedade por um serviço público de transporte de qualidade e eficiente é de muito tempo e de muitas manifestações na rua ou na CTMAC. Muitas vezes protagonizada por estudantes, professores e outros trabalhadores em atos públicos.
A Audiência Pública com o tema “Análise e debate da crise no transporte coletivo em Macapá”, iniciou com o discurso da vereadora Janete Capiberibe (Partido Socialista Brasileiro). De acordo com a carta de requerimento, feita pelos assessores do gabinete da vereadora, a justificativa é que vários moradores, estudantes e trabalhadores dos mais diversos bairros do município de Macapá sofrem com a precariedade, superlotação, taxas absurdas e também com a falta de cumprimento dos horários dos transportes públicos.
Segundo relatos na carta, por pessoas que dependem de ônibus, dizem que, quem perde o coletivo das 6hrs da manhã, perde o restante do dia, porque raramente passa um outro ônibus em seguida. O documento ainda relata que o cidadão é obrigado a escolher entre lotação e aplicativos, assim, ele acabada tendo prejuízos financeiros. Além disso, é uma falta de respeito com o trabalhador e estudantes macapaenses terem que acordar às 5h30 da manhã para chegar ao serviço, à escola, à universidade, às 8hrs porque dependem daquele único ônibus matinal.
Diante desse caos, a Audiência Pública foi uma decisão a respeito da prisão decretada pelo TRE-AP do gerente responsável que não disponibilizou o transporte nas ruas do domingo das eleições.
Abimael Peres, 59 anos, assessor de plenária da vereadora Janete, diz que, “A vereadora Janete Capiberibe atendeu as reclamações da população amapaense, e agora vem denunciando essas questões, eu acho que a cinco sessões já. Na última sessão ela fez um questionamento em virtude do que aconteceu no dia da eleição. Ela, duramente, questionou a posição da Prefeitura de Macapá, cobrando um pronunciamento para que eles se manifestem quanto ao problema dos transportes públicos”. Relata o assessor.
Diante das sessões já discutidas no plenário da Câmara Municipal, a respeito dos transportes coletivos, Janete Capiberibe, na terça-feira, 01, de novembro, encaminhou um requerimento que foi votado na mesma semana, quinta feira,3, para que houvesse uma Audiência Pública, onde trabalhadores, alunos e todos que dependem de ônibus na cidade, possam cobrar melhorias da Prefeitura de Macapá e reivindicar seus direitos de terem um transporte coletivo digno e de qualidade. Link do documento de requerimento:
A Situação dos amapaense é precária há muito tempo, no que se refere aos transportes públicos. A dura realidade das pessoas que precisam desses veículos é triste. Constantemente, os ônibus, principalmente intermunicipais como o Macapá/Santana, por exemplo, são um risco para a população, uma vez que, quebram no meio da viagem, as portas não fecham direito, há bancos quebrados e o motorista tem uma dupla função, cobrar e dirigir ao mesmo tempo, o que não deveria acontecer. Além disso, enquanto houver espaço para colocar passageiros dentro do veículo o motorista coloca, tem pessoas que vão na porta do coletivo, o que é um grande risco ao passageiro.
Movimentação na chegada do ônibus na parada em frente Escola Gabriel de Almeida Café. Imagens: Fabiane Ferreira
Parada de ônibus lotada em frente a UNIFAP. Foto: Gabriela Matos|AGCOM
A universitária Luíza Campos, é uma das figuras que representam maior parte dos estudantes que sofrem com a falta de qualidade de um bom transporte. A aluna de 22 anos cursa fisioterapia na UNIFAP e relata o caos que é ter que depender do transporte coletivo para se locomover até a universidade, “Eu moro na Zona Norte, no Açaí, não tem nenhum ônibus especificamente para o meu bairro, a minha sorte é que eu moro na Br. Para eu vim para a UNIFAP eu tenho que esperar, em média meia hora, uma hora, até duas, para poder pegar o ônibus. E além desse tempo, tem a questão da qualidade do transporte, porque quando vem é aquela coisa, o coletivo vem deteriorado, são ônibus que não tem assento o suficiente para as pessoas porque estão caindo aos pedaços’’.
Parada de ônibus da Unifap. Foto: Camila Biank|AGCOM
No dia 18 de novembro foi marcada a Audiência Pública Na Câmara Municipal de Macapá. O legislativo municipal vai dialogar com a sociedade civil, as associações, e com os próprios usuários de ônibus a questão do sucateamento, superlotação, demora nos horários e tarifas altas dos transportes coletivos. Assim, junto ao executivo tentar traçar políticas públicas para solucionar a problemática com urgência. É importante, portanto,
que as pessoas façam parte dessa reunião dia 18 de novembro, na Câmara, e se mobilizem para cobrar da prefeitura do Estado, melhorias no transporte público, visto que, já são anos que a população amapaense sofre com esse descaso do Governo para com a qualidade dos ônibus na cidade.
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